Atenção aos sinais e a importância do diagnóstico precoce no combate do câncer de bexiga
O câncer de bexiga é uma condição séria que afeta milhares de pessoas todos os anos. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são diagnosticados aproximadamente 11 mil novos casos de câncer de bexiga no
Brasil anualmente, sendo homens brancos com mais de 60 anos o principal grupo de risco.
O tabagismo é o maior fator de risco para o desenvolvimento deste tipo de câncer, aumentando em três vezes as chances de sua ocorrência. Cerca de 65% dos casos diagnosticados em homens e 25% em mulheres estão diretamente relacionados ao hábito de fumar.
O Que Você Precisa Saber Sobre o Câncer de Bexiga
Dr. André Paternò, Médico Oncologista do Hospital Alber Einstein em São Paulo, explica que o câncer de bexiga está entre os mais comuns, sendo o segundo tumor mais frequente do trato urinário. Na maioria das vezes, ele começa nas células uroteliais, que revestem o interior da bexiga. Essas células também estão presentes nos rins e nos
ureteres, que conectam os rins à bexiga. Embora o câncer urotelial possa ocorrer nos rins e ureteres, é muito mais comum na bexiga.
O câncer de bexiga pode apresentar sintomas claros, por isso é crucial estar atento a sinais como sangue na urina (hematúria), dor ou ardência ao urinar, necessidade frequente de urinar e dor na região pélvica e nas costas.
Quando Procurar um Médico
Diferentemente de outros tipos de câncer, como o de mama ou próstata, não há um rastreamento periódico específico para o câncer de bexiga. Por isso, é essencial manter uma rotina regular de check-ups. Dr. André Paternò
recomenda que, ao notar alterações na cor da urina ou suspeitar da presença de sangue, uma consulta médica deve ser agendada imediatamente para avaliação. Além disso, é importante relatar qualquer outro sintoma que possa
estar presente.
O diagnóstico do câncer de bexiga é geralmente feito a partir de exames de imagem, como a ultrassonografia, que pode visualizar tumores mesmo em no fase mais iniciais. Tomografia e ressonância do abdome também são capazes
de avaliar a bexiga. Em casos suspeitos, o diagnóstico definitivo é obtido através de um procedimento para avaliação endoscópica da bexiga (cistoscopia).
Tratamentos Avançados para Casos Agressivos
Nos casos em que o câncer de bexiga é localizado e superficial, a cirurgia é a principal arma para a cura. Quando o tumor acomete camadas mais profundas do órgão, tratamentos adicionais à cirurgia, como quimioterapia, imunoterapia e radioterapia podem ser indicados. Nas situações em que a doença encontra-se em estágio avançado (metastático), além dessas opções, novos agentes de última geração chamados “anticorpos conjugados a drogas” também podem estar indicados. Tratam-se de moléculas que se ligam especificamente às células do tumor e liberam a quimioterapia de forma direcionada. Terapia-alvo com medicamentos orais também podem estar indicadas em alguns casos específicos.
O câncer de bexiga pode ser uma condição grave, mas com diagnóstico precoce a chance de sucesso no combate à doença aumenta consideravelmente. Ainda assim, nos casos diagnosticados de forma avançada, novas drogas tem melhorado substancialmente a evolução da doença.
