Tire suas principais dúvidas sobre câncer de próstata com respostas de oncologista especialista. PSA, sintomas, tratamentos e prognóstico explicados de forma clara.
Como oncologista especializado em tumores genitourinários, recebo diariamente as mesmas perguntas sobre câncer de próstata. Compilei aqui as dúvidas mais frequentes com respostas diretas e baseadas em evidências científicas.
O tratamento do câncer de próstata sempre causa impotência?
O tratamento do câncer de próstata nem sempre causa impotência. As chances de preservar a função erétil dependem de fatores como experiência da equipe, técnica utilizada, localização do tumor, idade e função sexual prévia.
● Cirurgia robótica com preservação de nervos: preservação em ~50–70% dos pacientes jovens e com boa função prévia, podendo ser maior em centros de alta experiência.
● Radioterapia moderna (IMRT, braquiterapia): preservação inicial em ~60–75% dos casos, mas o risco de disfunção erétil aumenta progressivamente nos anos seguintes. Resultados melhores também podem ser obtidos em
centros de excelência.
● Radioterapia: 70-85%
Vigilância ativa é segura?
Sim, para casos selecionados. Pacientes ideais são aqueles com doença localizada considerada de baixo risco:
● PSA ≤ 10 ng/mL
● Gleason ≤ 6 (ISUP 1)
● Estágio clínico ≤ cT2a
● < 3 fragmentos/amostras de biópsia de próstata positivos, ≤50% de câncer em cada fragmento/amostra
Requer acompanhamento rigoroso com PSA, toque retal, biópsias programadas e eventualmente RNM multiparamétricas da próstata periódicas.
Qual a taxa de cura?
Excelente quando detectado precocemente:
● Estágio localizado: 95-100% em 10 anos. O diagnóstico precoce é fundamental para melhores resultados.
Câncer de próstata é hereditário?
Parcialmente. Fatores genéticos representam:
– 5-10% dos casos são hereditários
● Risco aumenta 2-3x com pai/irmão acometido
● Mutações nos chamados genes de recombinação homóloga (ex: BRCA1 e BRCA2) aumentam tanto o risco de desenvolver a doença quanto a sua agressividade.
A história familiar detalhada é importante na avaliação de risco.
Quais são os tratamentos disponíveis?
Opções principais:
● Vigilância ativa: Tumores baixo risco
● Prostatectomia radical: Cirurgia robótica/laparoscópica
● Radioterapia: Externa ou braquiterapia
● Terapia hormonal: Casos mais avançados (Zoladex, Degarelix, Eligard, entre outros)
● Quimioterapia: Doença metastática (Docetaxel, Cabazitaxel)
● Novos agentes hormonais orais (ex: Abiraterona, Enzalutamida, Apalutamida e Darolutamida)
● Radiofármacos (Radium-223, Lutécio-PSMA)
● Inibidores da PARP (Olaparibe)
A escolha depende do estadiamento, agressividade e volume do acometimento da doença, características genéticas, idade e preferências do paciente.
Posso ter vida sexual normal após o tratamento?
Frequentemente sim. Estratégias incluem:
● Técnicas cirúrgicas que visem a preservação das estruturas nervosas
● Medicamentos orais (sildenafila, tadalafila)
● Injeções intracavernosas
● Próteses penianas (casos refratários)
A disfunção sexual após cirurgia ou radioterapia pode, em muitos casos, ser manejada com estratégias como medicamentos orais, dispositivos a vácuo ou terapia injetável, com taxas de sucesso variáveis conforme idade, função prévia e tempo desde o tratamento. Já quando é necessário realizar bloqueio hormonal da testosterona — especialmente se prolongado ou contínuo — o impacto na qualidade de vida tende a ser maior, pois a queda da libido
compromete o interesse sexual.
Nesses casos, medicamentos orais para ereção geralmente não são eficazes, restando alternativas como injeções intracavernosas ou implante de prótese peniana.
Conclusão
O câncer de próstata é altamente tratável quando diagnosticado precocemente. As tecnologias modernas permitem tratamentos eficazes com preservação da qualidade de vida.
Como oncologista especializado em tumores genitourinários, meu compromisso é esclarecer todas as suas dúvidas e oferecer o tratamento mais adequado para seu caso específico.
Tem outras dúvidas? Agende uma consulta para avaliação personalizada e esclarecimentos detalhados.
Dr. André – Oncologista especializado em tumores genitourinários. Especialista em câncer de próstata, rim, bexiga e testículo.
